segunda-feira, 25 de junho de 2018

Entrevista - Hanna Paulino: metal negro e feminimo que vem do Amapá

Hanna Paulino - Foto de Nayana Magalhães
 
1. Quais são os seus projetos musicais? Conte-nos um pouco sobre eles.
Hanna: Eu sou extremamente envolvida em diversas coisas. Tenho duas bandas ativas (Vennecy - Hard & Classic, Voxx Voyage - Show Band) e outras duas congeladas por questões alheias a minha vontade. Além dos trabalhos fixos, também trabalho com meu show acústico, participação em show de vários artistas locais e nacionais.

2. O que você gosta de ouvir, e quais bandas te influenciaram no Rock?
Hanna: Nossa, tenho tantas influências, a lista ficaria imensa... Mas no rock, especificamente, gosto de vozes fortes. Dos gringos, gosto da cantora Tina Turner, Alice Smith (mais pro R&B), The Skins, dentre outros. No cenário nacional mais voltado pro Metal sou EXTREMAMENTE fã da cantora Daísa Munhoz (Vandroya e Soulspell)... Mas também tenho minhas influências do afropunk/afrofuturismo nacional, Ellen Oléria e Xênia França são grandes referências para mim! Todos estes nomes influenciam diretamente minha carreira!

3. Como é a cena do metal em Macapá? Em quais eventos você já tocou com a Vennecy Band?
Hanna: Macapá é uma cidade que atualmente vive um ostracismo da cena Rocker de modo geral. Os movimentos estão mornos, com suas atividades reduzidas. Os poucos produtores locais ativos lutam para manter a chama do underground viva, mas cada dia que passa vejo que a luta está ficando cada vez mais árdua. Entrei há 6 meses para a banda VENNECY (a banda tem carreira de mais 5 anos, antes era liderada por outro cantor), desde a minha entrada fizemos dois grandes shows promovidos por duas produtoras locais, e os demais em bares e festas particulares.

4. Quando você começou a curtir metal?
Hanna: O Metal chegou na minha na vida aos 15 anos (2002) por meio de um amigo de escola que além de sacar muito de som, ainda era baterista, e me chamou para cantar na minha primeira banda.

5. Qual foi o seu maior incentivo a seguir pela carreira musical como cantora?
Hanna: Tive uma infância muito boa, na minha casa se escutava de Whitney Houston a cantigas de candomblé. Posso dizer que meu incentivo inicial foi por meus pais, logo depois meu amigo que me mostrou várias vertentes do rock e meu irmão que é um super pesquisador do movimento afropunk.

6. Você acha que ainda existe divisão dentro do Rock? Já sofreu resistência por ser mulher e negra na cena?
Hanna: Existe divisão dentro do rock sim, a luta para o empoderamento é constante! Tive a sorte de não sofrer nenhum tipo de abuso dentro da cena, conquistei desde o início da minha carreira profissional o respeito de todos... Sempre busquei impor a minha força como forma de resistência, e isso talvez tenha sido algo que afugentou qualquer tipo de preconceito direcionado a mim.

7. Qual a contribuição da musica negra para o rock e quais artistas negros você admira dentro deste gênero?Hanna: Já pensou no rock n roll sem a influência do R&B? Pois é, não existiria! Tenho alguns nomes que são referências para mim, tais como: Living Colour, Tina Turner, Alice Smith, Militia Vox, dentro outros.

8. Fale sobre os seus próximos shows, e deixe um recado para todas as metaleiras negras que nos acompanham.Hanna: Bem, os últimos meses do ano são lotados de shows. Para saberem mais sobre a minha agenda, carreira e aventuras musicais é só seguirem as minhas redes sociais.
Às Metaleiras Negras deixo o seguinte recado: Jamais deixem de resistir! Empoderem outras garotas, sigamos juntas!

Entrevista concedida no ano de 2017 e está na 2ª edição do Jornal das Metaleiras Negras.

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