segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Entrevista - Ogum: ancestralidade e resistência no thrash metal



Na terceira entrevista realizada pela página Metaleiras Negras, vamos conhecer a banda de thrash metal Ogum, que conta com Felipe Andrade no baixo e no vocal, Filipe Moreira na guitarra e Hermes Luan na bateria.

1. O nome da banda é uma referência ao orixá responsável pela forja do ferro e pela guerra. Qual é a relação entre o orixá e a proposta da banda?
Sob a perspectiva de três brasileiros afrodescendentes de classe media baixa, a banda em sua temática aborda questões de cunho social, político, religioso, neo-colonialismo, subjugo de povos e resistência. Ogum nesse sentido representa muita coisa, cultura nacional, ancestralidade e resistência são algumas delas.

2. Qual é a importância do nome Ogum para a nossa ancestralidade dentro do rock em um momento político tão sombrio como esse, onde os preconceitos sempre existentes em nossa sociedade estão cada vez mais escancarados e explícitos?
A ideia inicial era encontrar um nome mais representativo em termos cultural, e fugir um pouco do padrão eurocêntrico. Isso foi em meados de 2012, mas atualmente o nome ganhou um significado muito maior. Percebemos que hoje, quando escutam o nome da banda, naturalmente as pessoas já a associam a um tipo de posicionamento, algum tipo de enfrentamento, digamos assim.

3. Como é a cena rock/metal de Belo Horizonte? Em quais eventos vocês já tocaram?
Dividida em nichos, apesar de serem muitos fãs do gênero, rola uma divisão por região e classe. Isso se acentuou depois que o cenário político do país se tornou mais bizarro, mas sempre têm bandas, produtores e casas de show se esforçando para mantê-la. Tocamos no Virada do Metal, Metal Age Fest, Camisa Preta Metal Festival, Independência Grot, Hellraiser Fest Bowl Zoo, Rock Tonelada, Rock no Parque, Demolição Dissonante, Infernal Domination, Domination X-threme Fest, dentre vários outros.

 4. Vocês lançaram em 2015 o EP Panorama of Destruction, que inclusive tem um videoclipe oficial da música que dá nome ao EP. Estão trabalhando um novo material?
O EP foi lançado em 2015 e estamos trabalhando na produção do nosso disco.

5. Quais são as referências da banda? E as referências negras?
Além das bandas clássicas como Exodus, Anthrax, Metallica, Slayer, Black Sabbath, UFO, Iron Maiden, Thin Lizzy, podemos citar também o Bad Brains, Living Colour, Run DMC, Jimi Hendrix, Chuck Berry, Little Richard, BB King, Ray Charles, Muddy Waters, fora as diversas músicas de outros gêneros que vão da música clássica ao rap.

6. Vocês possuem outros projetos além da banda Ogum?
Apesar de não faltarem ideias, não temos nenhum outro projeto além da banda.

7. Deixem um recado para as Metaleiras Negras e Metaleiros Negros que acompanham a página.
Curtam e acompanhem a página, compartilhem os zines com as pessoas, estamos sempre carentes da nossa ancestralidade, principalmente nesse âmbito musical do rock/metal.

Links das redes sociais:
Instagram: @ogum.thrashmetal

domingo, 9 de fevereiro de 2020

Tatuagem em pele negra: escolha e cuidados por Edgar Lima

Edgar Lima

Entrevista realizada para a 6ª edição do jornal das Metaleiras Negras, em novembro de 2019.


Perguntei para o Edgar Lima, tatuador e parceiro da página Metaleiras Negras, algumas dicas de tatuagem em pele negra.

Metaleiras Negras: Qual a dica para a escolha da tatuagem?
Edgar: Muito importante a escolha de desenhos com traços grossos, no tamanho de médio para grande e ter espaço para deixar pele à mostra.

Metaleiras Negras: E as tatuagens coloridas em pele negra, existe algum cuidado especial?
Edgar: Sim, cuidados são muito importantes, seguir os cuidados corretos para uma boa cicatrização, por que nada mais é que um ferimento, usar algo para proteger nos primeiros dias plástico filme, uso de pomadas cicatrizantes até a formação da pele e evitar tomar sol durante um mês ou mais.

Metaleiras Negras: Pessoas negras e o mercado de trabalho.
Edgar: Somos treinados para ser 2x melhores por que somos cobrados, então vejo muitos negros com medo de fazer tatuagem a mostra ou mesmo fazer a primeira por medo de não ser aceito.

Metaleiras Negras: Manda um recado para as Metaleiras Negras e os Metaleiros Negros que acompanham a página.
Edgar: Vocês podem ser o que quiser, então sem medo de ser e de ter. Bjuuu do Edy.


Algumas tatuagens feitas pelo Edgar Lima:


Tatuagem sorteada no 3º Encontro das Metaleiras Negras.

Tatuagem sorteada no 4º Encontro das Metaleiras Negras.

Tatuagem realizada pelo Edgar Lima.

Entrevista - Hardgainer: resistência e diversidade no metal extremo

Hardgainer (Fabrício, Jobam, Patrick, Ellen e Raul). Foto: Yasmin Balbino (@yasminbalbino.ph)  Em mais uma entrevista realizada pela página ...